23 de abril de 2008

Simples assim.

Essa crônica de hoje pretende falar um pouco mais, ir além – coisa bem minha essa de esticar os assuntos e ainda detestar quem não me deixa falar - sobre um assunto banal e, ao mesmo tempo, maior que a alma da gente. O amor. Como escreveu Florbela: “O amor, ah, sim, o amor. Linda coisa para versos...” deixando a poetisa portuguesa de lado, a música citada antes é bonita. Começa assim: “Hoje eu acordei com saudades de você, beijei aquela foto que você me dedicou...” Tem coisa mais meiga? Pois é. E isso me fez relembrar meu primeiro amor ou a primeira vez que senti algo diferente por alguém. Bem adolescente, lógico. E para quem acha que eu nasci com essa cútis desbotada, é bom que saiba que já fui criança, jovem, já tive 14, 15 anos e tive, sim, minha primeira paixão e meu primeiro amor e que, hoje, com mais de 40, ainda amo e aprendo a sentir.
Como podem imaginar pela leitura da anterior, o Ronie Von foi quem despertou meus sentimentos mais bonitos. Acompanhado da ilusão, lógico, foi por ele que experimentei o sonho, a querência de tocar, a saudade, a impossibilidade – características do amor impossível, coisas do romantismo impregnado herdado de minha mãe, minha avó e de todas as mulheres que me precederam. Pois bem, nesses casos quase sempre há uma rival. A minha veio em dose cavalar: todas as meninas/moças/mulheres da época, alucinadamente apaixonadas pelo mesmo cara, o Ronie... Graças a Deus o esqueci entendendo que seria melhor um homem mesmo, de verdade, de carne e osso e menos famoso (para dar menos trabalho).
Depois apaixonei-me por um padre. Foi triste. Mais um amor impossível e, como sempre, as rivais. Dessa vez era uma só mas muito, muito mais poderosa do que todas as outras. Nada mais nada menos do que a Virgem Maria e vocês haverão de concordar que foi bem melhor desistir. É, eu era inteligente. Dizem que “contra a ignorância nem os deuses lutam”. Com rivais como essas, não era eu quem ia lutar, certo? Melhor tocar o barco das ilusões, a loucura e as vaidades do que entrar em batalhas amorosas assim complicadas. Foi mais fácil casar.
Casei-me, tive meus filhos, já sou até avó e isso alegra minha vida, meus dias, me refaz e perpetua. Casar-me jovem foi uma experiência incrível. Tive que desenvolver a responsabilidade bem cedo – casa, comida, roupas para lavar. Minha faculdade, o sonho de estudar Letras teve que ficar para mais tarde. Minha mãe dizia que era uma coisa ou outra. Estudar e namorar não podia. “-E quantos sofás tu achas que eu vou gastar até que te cases? Não, e não e não, nada disso, mocinha. Se namoras é para casar depressa. Quem tem marido não precisa estudar.” Mas eu estava apaixonada novamente e casei. Foi bom. Enquanto durou. A felicidade visitou-me diversas vezes. Algumas rivais também. Sobrevivi.
Mais velha voltei aos bancos escolares. Me formei. Hoje, as palavras me dominam, as mesmas que me perseguiam quando eu era criança e aprendi que quando se nasce para algo maior – no meu caso, as letras - não há força exterior que detenha. Ainda me apaixono e isso é tão bom agora porque me movimenta. Entendo, depois de passados os anos, que amar é bom, que estar em estado de amor é doce, maravilhoso, nos reconstrói e nos sustenta. Tão bom agora poder dizer-me apaixonada e não pensar nos triviais problemas do amor. Se eles aparecerem, palavras não me haverão de faltar e as lutas estão mais tranqüilas nesse tempo, o agora. Maturidade, madura idade, como é bom sentir o teu abraço!
Legal nesse meu presente é saber que estou viva, que terei sempre meus amores para recordar, como no filme, mas também, e principalmente, tenho o conhecimento para ter um amor para amar, só isso, simples assim. “Recordar é viver”. O que não se pode é viver apenas para lembrar. Bola pra frente. E viva o amor, tenha ele a idade que tiver. E viva a vida pois, como diria Fernando Pessoa: “venha o que vier, nunca será maior do que a minha alma.” Credo... de repente o Ronie Von ficou tão apagadinho. Eu, heim?

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai, Rose. O problema de se apaixonar na minha idade é que é tudo tão complicado. Namorados imaturos que nos culpam por cada coisa ruim que acontece na vida deles, que nos questionam até por estudarmos para uma prova difícil, que nos criticam por cada coisa mínima, quando eles fazem muito pior. Inveja sua de ter essa maturidade toda. ;)
Obrigada por me oferecer seus dois ombros. Eu também tenho dois, caso precise de um ou os dois. xD

Beijos, linda Rose.

Unknown disse...

Olá Rose querida!
Que maravilhoso os seus poemas,proesias e todas suas escritas!És uma pessoa iluminada por Deus e dotada de um dos mais belos dons:a arte de escrever!Todos os dias quando vou ao CEM e vejo o Mais eu lembro de ti!
Sabe o Waltinho?Ele é meu professor no Energia e eu falei para ele outro dia que havias sido minha professora e ele me disse" a Roseli é uma mulher maravilhosa"!!!
Ah Lee esses tempos de vestibular são muito estressantes,cansativos,mas apesar de tudo é muito bom;é uma das melhores épocas da vida segundo meus pais,e quando passar toda essa turbulência sentirei saudades!
Não sei se alguém lhe falou mas vou prestar vestibular para medicina!Sei que é disputadíssimo mas acredito que cada um tem sua hora e Deus que me ama muito saberá quando será a minha!Faço minha parte como sempre fiz com muito esforço e garra,mas peço Rose que torças por mim :)

Beijão minha amada Roseli!

Ps.:o teu dvd do Dias Gomes eu já assisti e levarei está semana à Stefânia.Muito obrigada e desculpa a demora,hihi ;P