Entre as tantas pessoas que me conhecem, que convivem comigo e sabem de minha paixão pela escrita, algumas têm me perguntado se o blog terá apenas crônicas. Todos esses sabem que meu primeiro amor literário sempre foi a poesia। É ela quem me visita nas mais absurdas horas, nas noites insones, durante os aparentemente vagos sonhos, na hora da macarronada, no meio da faxina - da casa ou da alma - na sala de aula onde declamo o que os Grandes que me precederam deixaram gravados no papel. Sim, a poesia, minha velha companheira é quem mais me vem contar suas novidades . Ou vinha. Talvez tenha se cansado um pouco de gritar para mim, implorar que eu a prendesse. Talvez tenha pensado: ela está sempre tão cansada ultimamente, vou deixá-la um pouco só. Ah, poesia velha minha companheira, deixaste o vazio nas incontáveis horas e, querendo prosear comigo, apareceu a senhora dona crônica. Foi bem-vinda, tem sindo bem recebida mas, tu, Poesia, não tem jeito: estás dentro do que de mais profundo possa haver dentro de mim. É por isso que hoje deixo aqui um poema que escrevi nem lembro quando. Em matéria de versos, nada importa o tempo, mas sim o registro enquanto sentimento. Apresento-vos:Meu Credo.
Hoje te falo das minhas certezas
Porque creio nelas.
Essa é a minha Pátria,
Meu credo,
Minha religião
Onde o Deus
- teu amor –
É meu refúgio.
Creio na força do deitar
Involuntariamente
Imprevisto em atos e desatos.
Creio no amor
Que inteiro se guarda e deságua
Na dor da saudade imprevista
Na fé de que o amanhecer existe.
Meu credo é tua chegada
Num minuto infindável
De um tempo sem limites.
Se acaso te vais
Fica uma parte tua
Que me envolve em sonhos
Na penumbra da noite
E na esperança
Do dia novo e inigualável
Que há de vir.
Meu credo é a certeza
De que és hoje
O que não pudeste ser outrora:
Um sonhar real e indivisível.
Meu credo é esperar-te
Sabendo que no momento exato
Há de consumar-se o inesperado
Em que as paredes serão meras coincidências.
Seguiremos juntos
Num vôo alheio a tudo e a todos,
Num lugar qualquer que criaremos
À nossa imagem
Pela semelhança dos gostos
De nossas vidas que se tocam.
Meu credo são nossas verdades,
Ainda que o mundo seja de mentiras
Meu credo é A - Mar - Te
Na certeza infinita
De sermos nós mesmos।
Poesia+prosa=Proesia।
Beijos para o final de semana





